quinta-feira, 18 de agosto de 2011

"Viagem ao seio de Minas- Sabará" parte 2

Igreja de Nossa Senhora do Rosário (1713), inacabada pelos escravos da irmandade dos homens pretos da Barra do Sabará, os quais a construíam e pararam por falta de recursos. No detalhe Ygor Bessas e Reginaldo Bessas.


"Viagem ao seio de Minas- Sabará"




Durante o carnaval de 2009 tive a oportunidade de conhecer este muncipio histórico da Região metropolitana de Belo Horizonte-MG, a pouco mais de 30 KM da capital. Esta cidade, importante no ciclo do ouro no Brasil colônia ainda guarda resquícios de sua importância histórica através da sua arquitetura barroca.



Sabará buçu tem origem num Arraial de Bandeirantes que apareceu no fim do Século XVII . O povoado cresceu e foi criada a freguesia em 1707, que foi elevada a vila e município em 1711, com o nome de Vila Real de Nossa Senhora da Conceição do Sabará. É cidade desde 1838.
O princípio da história de Sabará está ligado à descoberta de ouro na região, então conhecida como Sabarabuçu, em finais do século XVII e a presença de Borba Gato, que ali permaneceu após a morte de Fernão Dias e que veio a ser o seu primeiro guarda-mor. Predomina hoje a versão de que quando o bandeirante paulista lá chegou já encontrou uma povoação e que o núcleo urbano por ele criado foi, na verdade, Santo Antônio do Bom Retiro da Roça Grande, que está um pouco antes da entrada de Sabará, do outro lado do Rio das Velhas.


A origem do nome é bastante controvertida. O viajante inglês Richard Burton ouviu em 1867 que ele teria sido tomado de um velho pajé versão pouco consistente misturando corruptelas de termos indígenas numa bela confusão. Segundo o historiador mineiro Diogo de Vasconcelos, o nome tem a ver com as particularidades geográficas da junção de um rio menor com um rio maior, como ocorre no sítio em que a cidade foi criada, onde o Rio Sabará deságua no Rio das Velas. Isso é bem mais aceitável, sabedores que somos de que os índios brasileiros das mais diversas nações, sempre identificavam os acidentes geográficos compondo nomes, conforme a figuração ou ideia concreta ou abstrata que tais acidentes sugeriam.


Sabará foi elevada a categoria de vila por Antônio de Albuquerque, logo após o fim da Guerra dos Emboabas, juntamente com o Ribeirão do Carmo e Vila Rica. Como sede de Comarca de uma importante região aurífera, possuía a sua odiada Casa de fundição para onde deveria ser levado todo o ouro extraído na região para ser fundido em barras e devidamente taxado. A antiga Comarca de Sabará era a maior de Minas Gerais, atingindo até a região de Paracatu e o Triângulo Mineiro.


No princípio do Século XIX Sabará era dividida em cidade velha e cidade nova. A cidade velha era a região onde hoje ficam as igrejas de Nossa Senhora do Ò e Nossa Senhora da Conceição e a cidade nova era a região que abrange o centro histórico e a parte baixa, em direção ao rio.
Foi em Sabará que morreu um dos delatores da Inconficdência Mineira, o coronel do regimento de auxiliares de Paracatu, Basílio do Brito Malheiro. Morreu amaldiçoando o Brasil e os brasileiros e temendo ser emboscado em algum beco escuro, punido pelo povo de Sabará pela sua vil delação. Daqui também saiu um dos mais implacáveis devassantes da Inconfidência, o desembargador César Manitti, ouvidor da Comarca e escrivão do tribunal que condenou os Inconfidentes.


Para quem gosta do clima de cidade histórica, curtir a arquitetura barroca, o jeito mineiro de cidade do interior, a culinária e voltar no tempo, uma boa dica é conhecer Sabará!!

domingo, 12 de junho de 2011

Fragmentos de Paris é um festa

"Assim terminou a primeira parte de minha vida em Paris.Paris nunca mais seria a mesma para mim, embora continuasse sendo a Paris de sempre,e mudássemos de acordo com as modificações que nela se estavam operando. Jamais voltamos ao Voralberg, nem os tais ricos o fizeram.




Paris não tem fim, e as recordações das pessoas que lá tenham vivido são próprias, distintas, uma das outras, Mais cedo ou mais tarde, não importa quem sejamos, não importa como o façamos, não importa que mudanças se tenham operado em nós ou na cidade, a ela acabamos regressando. Paris vale sempre a pena e retribui tudo aquilo que você lhe dê. Mas, neste livro, eu quis retratar a Paris dos meus primeiros tempos, quando éramos muito pobres e muito felizes."




HEMINGWAY, Ernest.Paris é uma festa.São Paulo:Circulo do Livro,1964.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Poema de despedida

É hora de partir, meus irmãos e minhas irmãs
Eu já devolvi as chaves da minha porta
E desisto de qualquer direito à minha casa.
Fomos vizinhos durante muito tempo
E recebi mais do que pude dar.
Agora vai raiando o dia
E a lâmpada que iluminava o meu canto escuro apagou-se.
Veio a intimação e estou pronto para a minha jornada.
Não indaguem sobre o que levo comigo.
Sigo de mãos vazias e coração confiante.

Rabindranath Tagore

O paradoxo do nosso tempo

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e oramos raramente.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho.
Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de carácter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das 'rapidinhas', dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.Um momento de muita coisa na vitrina e muito pouco na despensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira (o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... Ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas amar tudo que você tem!
Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.
Ps: A autoria deste texto é atribuída ao excelente comediante norte-americano, George Carlin. Entretanto, o verdadeiro autor de "o paradoxo de nosso tempo" é Dr. Moorehead, autor e pastor de uma igreja nos EUA(segundo o site Truth or fiction).